Sérgio Vaisman

 

Minha Opinião

   

Artigos

   

News

 

    Artigos

Links

   

Fale Comigo

   
       

Imprimir
Clique aqui para imprimir

Vegetais pré-higienizados oferecem riscos ao consumidor
Teste realizado pelo Idec (Instituto Brasileiro
de Defesa do Consumidor) com 25 amostras de hortaliças, mostrou que,
apesar de pagar até 2.000% mais caro por esses produtos, o consumidor
pode estar correndo sérios riscos. Nenhum dos produtos testados
atendeu às exigências de rotulagem estabelecidas na legislação em
vigor. E o mais preocupante: 36% das amostras (9 produtos) foram
reprovados devido à presença de coliformes fecais.

Os testes foram realizados no mês de março, no laboratório Adolfo
Lutz.

Produtos testados:

Os vegetais testados são: agrião (7 amostras); alface (9) e cenoura
(9). Foram escolhidos de acordo com sua importância na alimentação do
brasileiro, freqüência nos supermercados e pela dificuldade
tecnológica na higienização. As 25 amostras foram selecionadas a
partir de pesquisa de mercado com 162 produtos de 12 empresas
fabricantes.

Os resultados do teste são preocupantes, pois evidenciam falta de
procedimentos básicos para eliminar ou pelo menos diminuir a carga de
microrganismos revelada pelas análises. Demonstram também urgente
necessidade de fiscalização, nos produtores e nos pontos de
comercialização.

Como funciona a higienização

O processamento usado pelas empresas de vegetais higienizados prontos
para o consumo é constituído por diversas etapas que, aplicadas em
escala industrial, demandam especial atenção. São elas:

- Lavagem em água corrente e retirada de impurezas como solo e partes
danificadas da hortaliça;

- Retirada da casca, sementes, talos, raízes e outras partes
indesejáveis ou não-comestíveis de acordo com o produto processado;

- Imersão em água com 1% de água sanitária (que deve conter 2% de
cloro ativo, especificado no rótulo) por dois minutos;

- Enxágüe em água filtrada ou ozonizada, por duas ou três vezes;

- Preparo do produto final que deverá ser picado, ralado, fatiado ou
cortado, de acordo com o desejado;

- Secagem por centrifugação para eliminação da água presente na
superfície do produto;

- Inspeção para eliminação de impurezas, tecidos danificados e
escurecidos;

- Embalagem e imediata refrigeração do produto.

Apesar de todo esse procedimento, o Idec ressalta a importância do
consumidor ter consciência de que nem todas afirmativas contidas na
rotulagem são necessariamente verdadeiras na totalidade dos produtos
ou em todos os lotes de um mesmo. E que um produto pode conter
elementos perigosos à saúde humana, mesmo que o fabricante informe o
contrário.

Como deve ser a rotulagem de alimentos

Baseado na legislação vigente para rotulagem de alimentos embalados
(Portaria MAPA nº 371, de 4 de setembro de 1997 e Resolução RDC nº
259, de 20 de setembro de 2002), foi realizada a análise que
considerou os seguintes itens:

Nome ou Razão Social: Forma pela qual o fabricante é identificado e
importante para a rastreabilidade do produto;

Quantidade Nominal: É a indicação do conteúdo da embalagem;

Endereço: Esta informação não é importante somente para a
rastreabilidade do produto, mas para facilitar o contato do
consumidor com o fabricante. Para este item, a Caixa Postal (CP) foi
considerada como endereço válido, uma vez que as empresas que contam
com este serviço indicam, no rótulo, outras formas de contato como
números de telefone etc.;

CEP: Este código é essencial para o sucesso da comunicação via
correio e parte integrante do "endereço completo";

CNPJ ou Outro Registro: Identifica o produtor junto aos órgãos
competentes, especialmente aqueles com função fiscalizadora;

Validade: Informação primordial para qualquer gênero alimentício. Sem
ela é impossível saber o período em que o produto é seguro para
consumo;

Lote: Também chamado de partida ou "batch", identifica momento
específico em que o produto foi elaborado. É previsto em legislação
por sua importância para a rastreabilidade do pro

Conservação: A forma de conservação é informação importante para o
consumidor, pois é fator limitante para manutenção do prazo de
validade do produto dentro do que é determinado pelo fabricante;

SAC: Apesar de não ser exigido pela legislação, a existência de
Serviço de Atendimento ao Consumidor agiliza o contato entre ambas as
partes envolvidas na relação de consumo e é indicativo de que o
fabricante tem interesse em ouvir o consumidor. Foram consideradas
todas as formas de contato como números normais de telefone, Discagem
Direta Gratuita (0800), endereço eletrônico etc.

O que o consumidor deve fazer

Tome cuidado com vegetais pré-higienizados. Na necessidade de
consumir tais produtos, dar preferência àqueles cujos resultados
tenham se revelado satisfatórios pelas análises laboratoriais
realizadas por este trabalho;
O mais seguro é higienizar e desinfetar novamente. Nesse caso, a
relação custo benefício é desfavorável para pré-higienizados se
comparados com o produto convencional.

Para higienização caseira de vegetais que serão consumidos crus, o
Idec recomenda o mesmo procedimento do industrial, mas somente até o
item 5, usando uma colher de sopa de água sanitária para cada litro
de água potável;
Lembrar que algumas frutas e hortaliças, como maçãs, pêras, laranjas,
abobrinhas, etc. podem ser lavadas com auxílio de esponja e
detergente neutro, como forma de reduzir a contaminação microbiana e
os resíduos de agrotóxicos e maximizar a ação da solução de água
sanitária no momento da sanitização;
Alguns desses alimentos podem também ser descascados e/ou cozidos
antes do consumo.
 
Home